sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Giras o sol



Freneticamente as tuas pétalas

encantam a nossa vida em flor

rascunhando o riso que espera

neve evaporando o tanto amor


a andorinha cavalgando a fera

neste dia mais lindo, o que for

diademas dos amores de bela,

amas a tempestade do cantor.


Monte mais do que mais negro

ouvires a prece da flor e beijas

néctares robado do deus grego


ternos sonhos luares-madeixas

e-bemol o qual tua voz arpejas

Nilo: és o rio a saciar-te queira.


Sérgio, beija-flor-poeta

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

amei os beijos,...




tesão gostoso por você
melhor seria beijar-te toda
e descobrir aos poucos
os segredos
que nós mesmos
já conhecemos
todavias e
entretantos sempre
nos levam à loucura.

Fico imaginando
que deve ser o máximo
se queimar nas chamas vivas
do seu vulcão.

Não me desculpe
pelo que te digo,
nem pelos desejos
e anseios do eu perdido
na distância entre nós.


Apenas feche os olhos
e sinta-se beijada
te arrrupiando todinha.

Chama-me de tarado
essa é a palavra chave
pra decifrar o fogo em mim.

Que lindo te imaginar
soltando o risos carinhosos
depois de me lambuzar inteiro
com o seu suco de mulher
e flor.

sérgio, beija-flor-poeta


poesia do amor selected

Nuvens negras



enquanto houver sonho,
nao morrerei eternamente:
hei de ressurgir no teu seio
enpinado pra vida,
pros lábios meus.

Sérgio, beija-flor-poeta

vida alfabética




as reticências
dos meus lábios te vendo,
as vírgulas
do meu olhar assim fervendo,
as interrogações
dos meus caracóis
são notas musicais
tão simples, tão bemóis
grafados na silhueta
do meu amor
cheio de ternura
a te flechar.
Eu, logo eu,
uma amazonas
cuja lança certeira
se faz bico de pena
pra te acertar,
ó dilema
de paixão estonteante.
Ainda que distante
hei de te perfurar
em pleno voo,
minha asa do destino,
esse amor peregrino
encontra em mim
seu abrigo:
vem comigo.
Tu me ensinas a beijar
e eu te ensino a voar.

Sergio, beija-flor-poeta

terça-feira, 13 de outubro de 2009

olhares britneyados




no mundo sempre se encontra
um cantinho e um violão
mesmo que seja sem cordas
e em meio de ruas curvas
melodias de uma paixão
cheia de um carinho
é uma esperança não morta
quando se respira o amor
a felicidade bate na porta
e se não for aberta
encostada
ou cheia de frestas
então ela arregaça
derruba suas folhas
e lança a porta ao chão
abre veredas pro coração
e num mirar fundo
as retinas dos olhares seus
envenena-te nos encantos de Zeus
ó Cleópatra viva
cujo nome transpira
num simples respirar
o peito já sedento de ti
pulsando em mim
as borbulhas das chamas
que é nosso espírito.

sérgio, beija-flor-poeta

oito e vinte e dois da manhã no velho mundo
neves em flócos sobre os telhados avermelhados
céu cinzento de Munique

Sérgio

Sabrás




Sabrás que no te amo y que te amo
puetso que de dos modos es la vida,
la palabra es un ala del silencio,
el fuego tiene una metad de frio.

Yo te amo para comenzar a amarte,
para recomenzar el infinito
e para no dejar de amarte nunca:
por eso no te amo todavia,

Te amo y no te amo como si tuviera
en mis manos las llaves de la dicha
y un incierto destino desdichado.

Mi amor tiene dos vidas para amarte.
Por eso te amo cuando no te amo
y por eso te amo cuando te amo.

Pablo Neruda ( 1904 - 1973 )

O mestre dos poetas

ensina-me a voar




mel,
yo quiero mel
sacia a minha sede
e me mata de vez
dentro deti
a minha perdição

mel,
eu quero mel
gritam às asneiras
as veias pulsantes
do coração alado
quase degolado
pela solidão
que sua falta me faz

e mesmo
que seja veneno
dele me sustento
e desesperado
alastro meu pranto:
néctar,
quiero solamente
as batitas do seu coração
para mim

Amor,
crucifica-me
entre beijos
a me inundares
com o seu mel.

sergio, beija-flor-poeta

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

veríssimus luciáticus agudos





doença causada pelo mal de amor
e se for o que não se deveria ser
seria os quês dos lábios: beija-flor
em pleno néctar, ráios: amanhecer

em plena maré de domingo, calor
de ondas paralelepípedas do viver
entre o riso do espinho: meu você
entre primaveras, geadas de vapor

de tanta fome comi o pão de açúcar
com manteiga, presunto e mortadela
adocei o café, armei o meu neruda

e me entreguei aos carinhos da fera
o eu homem se torna etrela noturna
em teus laços de fita prendes a bela.

sérgio, beija-flor-poeta