sábado, 16 de outubro de 2010



a paixao de Adones

felizes dos anjos
que trocaram suas arpas
pela silhueta melódica
das rosas o seu amor.

Deve ser essa a causa
dos beija-flores suas loucuras:

esse eterno vício
de furtar o mel
entre as pétalas
e cair totalmente bebado
de amores,
sem ao menos se incomodar
com os espinhos
fazendo cócegas
e arrupiando
os ponteagudos,
ó flor
do amor
em sétima maior.

Sérgio, beija-flor-poeta



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Velejos




marés altas,
meu amor,
tomam conta de balanciar
a jangada e me esvoar
entre as dunas
de tua silhueta
em Copacabanbas vivas,
aquelas tipo asa-delta do tempo.
Perder-se nesse emaranhar
de pensamentos latentes
em guerras incansável
com o sol
morenando os lábios
à flor da péle.

" águas silenciosas
sao profundas "
e é por isso que te deitas
no silencio do meu peito
e fazes um carnaval
de felicidades.
Sonhar pra que,
se viver é bem mais que melhor ?

Somos velejos,
meu amor,
um do outro
e nada mais.

Sérgio, beija-flor-poeta

domingo, 10 de outubro de 2010

O céu do amor



A morte já não tem pena de mim,
pelo contrário,
morre de medo
do meu fim.
E me pergunto,
o que seria dela
sem essa dependência,
sem esse estado
esquelético da roseira
sem pétalas,
somente espinhos cálidos
pela neve derretendo
ao beijar o peito
ardendo de amor:
vulcão em erupção,
prestes a transformar
tudo em cinzas.

Se morresse agora,
enterra-me no teu coração
e terei acerteza
de que estarei no céu,
no nosso céu.
Sérgio, beija-flor-poeta